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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Dois Minutos - Tradição em Verde, Branco e Grená


Tricolores de sangue grená, o tempo é algo bastante efêmero, principalmente no futebol. Pois vejam, uma partida de futebol é disputada durante 90 minutos, mais os acréscimos, e em alguns casos, mais a prorrogação e talvez até a malfadada disputa de tiros livres na marca do pênalti, e ainda assim, só precisamos de dois míseros minutos de futebol para vencer a Portuguesa, fora de casa, pelo placar de 2 a 0.

O jogo foi horroroso para o Fluminense, não se enganem. Desde o primeiro minuto, com Diguinho no time formando uma linha de três volantes, deixando Jean mais avançado e Thiago Neves “sozinho”, sofremos para criar jogadas. Como sempre, todos os times que nos enfrentam jogam “a vida” contra nós, como se fosse uma final de campeonato, e contra a Portuguesa não foi diferente. Há muito tempo não vejo um time correr tanto e por tanto tempo quanto eles. Pareciam aspirantes ao título. Mérito para o esforço coletivo. O Geninho não é bobo. Sabia que teria que tentar impor um ritmo forte desde o primeiro minuto, se quisesse ter esperanças de bater o líder do campeonato.

Só que ele não contava com a ruindade de seus atacantes e com a noite inspiradíssima de Cavalieri, que há muito tempo já vem merecendo a amarelinha (embora seja até melhor que o Mano Menezes nos esqueça). A Portuguesa teve umas 1277671637163 finalizações, e nenhuma entrou. O Fluminense finalizou, sei lá, cinco vezes no jogo inteiro(?) e contou com o que sobra no elenco líder do campeonato: talento.

Já no segundo tempo, após tomar pressão durante todo o primeiro tempo, Abel mexeu, colocando Sóbis no lugar de Diguinho, que já tinha cartão amarelo, e adiantando as linhas. O Fluminense continuava sendo pressionado, mas sem tanta eficiência. Assim, atacávamos mais, aliviando a barra da defesa, que esteve em um dia confuso. Os laterais deixaram avenidas para que os adversários atacassem, e não foram poucas as jogadas por ali. Mas, aos 26 minutos, o alívio: Sóbis cruzou, a zaga da Lusa rebateu para a entrada da área e a bola encontrou Jean, o melhor volante do campeonato, que encheu o pé e fuzilou a meta de Dida. 1 a 0! Amigos, como eu vibrei. Aquele resultado, completamente avesso às circunstâncias do jogo, nos mantinha no topo do Brasil. Como os próprios jogadores constataram: estamos com sorte de campeão. O que ficou comprovado dois minutos depois, quando Wellington Nem ganhou a bola do zagueiro luso Gustavo - que ficou pedindo falta só pra se sentir menos pereba -, driblou Dida e deu números finais à partida. 2 a 0. O restante do jogo foi mais do mesmo: Portuguesa pressionando em busca do gol, e a bola não entrando, fosse pelo acaso, pela intervenção da defesa, pela trave ou, mais comumente, pelas mãos de Diego Cavalieri. Que vitória!



Em menos de dois minutos, contra o Internacional, perdemos Wagner, lesionado. Sua ausência foi sentida durante o restante do jogo no Beira-Rio, e na quarta-feira, mais do que nunca. É provável que ele esteja fora até dia 22 e, enquanto Deco não volta (previsto para retornar apenas contra o Náutico, na 26ª rodada), ficaremos apenas com Thiago Neves como armador (já que Abel não quer deixar o Higor atuar de saída), e dependeremos, mais do que nunca, do poder de decisão dos nossos demais jogadores de meio e de frente. Fred, que recebeu o terceiro cartão amarelo contra a Portuguesa, nos desfalcará também no jogo diante do Atlético-GO, amanhã, no Estádio da Cidadania.

Assim, provavelmente vamos de Diego Cavalieri, Bruno, Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos; Edinho, Jean e Thiago Neves; Rafael Sóbis, Wellington Nem e Samuel. O lanterna é, definitivamente, o time mais fraco do campeonato. Vale lembrar que, em “má fase”, derrotamos eles fora de casa por 4 a 1 no turno. Assim, é mais que obrigação vencê-los em nossos domínios, em que pese não dispormos do Engenhão para esse jogo. Mas claro, jogando sempre com seriedade, como estamos fazendo. Não há outra possibilidade que não seja a assimilação de mais 3 pontos. É mentalizar, galera: 25ª rodada – 56 pontos.

O Atlético-MG joga contra o Náutico, nos Aflitos, e tem alguns desfalques pontuais – entre eles Ronaldinho Gaúcho e Bernard, que são os principais jogadores do Galo hoje. Logo, há uma grande chance de o Atlético-MG perder pontos nesse jogo e, se isso ocorrer, já abriremos uma distância mais confortável do que os incômodos 2 pontos atuais, que permitem ao torcedor do Atlético o discurso pronto do “jogo a menos”, como se fosse inevitável a vitória no certame. Logo, é vencer ou vencer, Fluzão!



● Verde da Esperança


- Jean, o que mais merecia convocação, e sequer foi cogitado. Bando de cegos.
- Fred não decidiu, mas infernizou. Por pouco não marca um gol, de peixinho.
- Wellington Nem está vivendo a melhor fase de sua carreira. Cabe a nós aproveitá-la.
- Gostei da atuação do Edinho. Com os laterais muito mal e a zaga “batendo cabeça”, ele jogou com sobriedade.
- Cavalieri não tem graça. Engraçado é ver Jefferson e fulanos da vida sendo convocados e ele, não.


● Branco da Paz

- Mais uma vitória fora de casa. Que visitante chato é o Fluzão!
- O maestro está voltando... volta logo, Deco!
- Gostei das declarações do Fred valorizando o Flu. Bola dentro!
- Nada melhor do que ver Peter Siemsen e Celso Barros torcendo juntos.
- Agora é pra lotar o Raulino de Oliveira, galera tricolor! Chega de jogos sem presença de público!


● Grená do Vigor


- Gum, o que foi aquela vacilada, cara? Onde você estava com a cabeça...?
- Fredão, Abel mandou você forçar o cartão?
- Thiago Neves, tá difícil... não sei se esse esquema te prejudica, porque você sumiu no último jogo também...
- Bruno, Carlinhos, o que foi essa atuação de vocês? Deixaram avenidas às suas costas...
- Abel, vá mesmo de Sóbis... Diguinho voltou muito mal, só anda fazendo lambança!


Faltam 14 rodadas pra gritar “É campeão”! Acredita, Fluzão!




Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras atividades intelectuais.

Um comentário:

Rosane Pires disse...

Perfeito!! FLUZÃo Guerreiro contra tudo e contra todos!