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domingo, 3 de março de 2013

Alive ´n kicking! - Tradição em Verde, Branco e Grená









Tricolores de sangue grená, recuperamos a nossa alma no Chile. Eu já tinha avisado que a atuação contra o Grêmio havia sido uma exceção, um acidente de percurso, e que isso não voltaria a acontecer por algum tempo. E o time, mesmo achincalhado pela Flapress, mesmo desacreditado por Leovegildos da vida, entrou naquele gramado depositando corpo, alma e coração na ponta da chuteira. Se vencêssemos o confronto, nos recuperaríamos da derrota sofrida em casa e colocaríamos uma pressão no Grêmio, além de poder encaminhar muito bem uma classificação no jogo seguinte, contra o mesmo Huachipato, no Rio. Se tropeçássemos, poderíamos começar a dar adeus ao sonho. Mas não... isso não podia acontecer. Porque o campeão voltara.

O time campeão brasileiro de 2012 esteve em campo e mostrou para todos os tricolores que estamos na briga. O primeiro tempo foi nosso. Infelizmente, em dois lances capitais, em que Thiago Neves não acreditou na bobeada do goleiro, e num gol feito que Wellington Nem colocou na trave, a sorte não ajudou. Fomos impiedosamente castigados pela máxima do futebol de “quem não faz, leva”, e o Huachipato abriu o placar, após boa jogada do time chileno e bobeadas de Bruno e Leandro Euzébio, respectivamente, sendo que este último, em vez de avançar no atacante do time adversário, resolveu olhar para o bandeirinha, para se certificar de que não havia impedimento. 1 a 0, intervalo.

Aquela era uma injustiça sem tamanho. O Fluminense dominava as ações, e o Huachipato mal havia ameaçado. No início do segundo tempo era palpável a reação tricolor. Demoramos ainda algum tempo martelando até, finalmente, conseguir o justo empate, numa jogada de cinema. Carlinhos cruzou, Fred ajeitou com o peito para Wellington Nem soltar uma bomba com a perna direita dentro da área. O goleiro não pôde fazer nada, e o Fluzão empatava ali. Alguns minutos se passaram e Deco cansou. Wagner o substituiu e mostrou que tem estrela. Após pouco mais de vinte segundos ele fez o gol da vitória, após jogada em que Wellington Nem jamais desistiu da bola e brigou até tirá-la do zagueiro adversário. No finzinho, uma vez que Abel decidiu recuar o time como quase sempre faz, tomamos um pequeno sufoco, mas conseguimos manter a vitória, como o time quase sempre faz.

Com esse resultado, o Fluminense agora lidera o grupo 8. Se houver empate entre Grêmio e Caracas, mantemos a liderança. Foi muito bom ver o espírito aguerrido no time, pois este é essencial para se aspirar à conquista da América. Continuo acreditando que chegaremos ao nosso objetivo, por mais difícil que seja a jornada. E todos nós temos que acreditar. Se a torcida não abraçar o time, não vai adiantar de nada. A diretoria já fez sua parte. Vamos lotar o estádio, galera tricolor!







Na última rodada do primeiro turno do Campeonato Carioca não veio a vitória que esperávamos contra o esforçado Madureira. Há de se elogiar o bom nível do time suburbano, que aproveitou bem as chances que teve, embora o placar não tenha falado nada sobre o jogo. O Fluminense, mesmo com reservas, dominou as ações e teve muito mais volume de jogo. Samuel, que está se habituando a decidir – e isso é bom – fez dois gols de artilheiro, e Rodrigo, aquele mesmo volante que jogou no Fluminense, fez também dois gols, um deles batendo pênalti discutível e outro de cabeça após uma jogada de escanteio, antecipando-se à zaga, que falhou no lance. Com o empate do Boavista, o Flu avançou às semifinais, e o faria provavelmente mesmo em caso de derrota do Botafogo, devido ao saldo. Assim, ficou decidido que enfrentaríamos o Vasco, que havia penado para vencer o Duque de Caxias por 2 a 1. Devido ao melhor posicionamento do clube da Colina em seu grupo, ele teria a vantagem do empate no confronto, uma vez que as regras mudaram para abolir a disputa de pênaltis – ainda bem!






O jogo, que terminou há poucas horas, foi uma daquelas partidas que não podem ser completamente traduzidas pelo placar. Inclusive a palavra “mérito” é capciosa, não pode ser usada literalmente para explicar nada. Pois o Fluminense precisava ganhar; o Vasco podia empatar. Ambos fizeram o mesmo número de pontos, mas o Vasco foi líder de seu grupo. Isso fez com que, durante os quase noventa minutos de jogo, a equipe cruzmaltina jogasse com o regulamento rigorosamente debaixo do braço. E isso quer dizer jogar defensivamente para explorar os contra-ataques. O Fluminense, que precisava vencer, repetiu o cansado time de quarta-feira, exaurido pela batalha no Chile, e foi pro jogo. Sufocou, martelou, pressionou... mas não conseguiu, durante boa parte do tempo, furar a defesa do Vasco, que estava muito bem posicionada, diga-se de passagem. Em duas oportunidades mais claras, Thiago Neves, que está subindo de produção a olhos vistos, carimbou a trave e, em outra, Anderson empurrou para as redes após jogada aérea, mas Alessandro evitou que a bola chegasse lá, defendendo praticamente no reflexo. Ao intervalo, o zero a zero persistia, dando a vaga ao Vasco.

Então, veio a segunda etapa. Algumas mudanças aconteceram no decorrer da mesma e definiram o placar da partida. A primeira mudança foi a troca de Bruno, muito apagado, por Wellington Silva. Ali, a ala direita ficou exposta, mas precisávamos vencer, então, precisávamos atacar. Cavallieri salvou o Flu uma vez, em jogada de contra-ataque do Vasco aproveitando essa exposição, em que quatro jogadores do Vasco atacaram contra apenas dois do Fluminense. Quando Deco cansou e Wagner entrou em seu lugar, o Vasco abriu o placar. Numa jogada de contra-ataque que seria bloqueada pelo Flu, Gum errou a medida e deu um passe torto de cabeça para seu companheiro de zaga, que não conseguiu a posse da bola. Éder Luis arrancou com a mesma e deu um passe pelo alto à feição para Bernardo marcar, nas costas de Gum, que acompanhou apenas a trajetória da bola. Todavia, mesmo com o gol sofrido, o Fluminense surpreendentemente viraria o jogo em alguns minutos, com gols de Thiago Neves após uma jogada de lateral para a área que deu certo, e com Wellington Nem, após passe meio sem querer de Wellington Silva.  Mas não era o dia do Fluminense. Uma alteração que Abel havia feito para tornar o time mais ofensivo, a substituição de Anderson por Rhayner, agora cobraria seu preço. Sem Anderson, Edinho foi para a zaga. E em vez de o time recuar, como Abel SEMPRE faz após conseguir uma vantagem no placar, continuou atacando. E o cansaço venceu.

Romário e Dakson entraram no Vasco para dar velocidade ao jogo, e o gol de empate saiu dos pés do garoto, em uma bobeada absurda de Edinho, após jogada muito similar à do primeiro gol. A seguir, movido pelo desespero, o Flu atacou com tudo o que lhe restava, deixando um espaço muito grande, maior ainda do que já existia, entre a defesa e o meio-campo. Como Jean não voltava para cumprir a função de primeiro volante que provavelmente herdara de Edinho, não eram raras as vezes em que o contra-ataque do Vasco encaixava. Mas foi numa jogada em que a defesa havia voltado em linha que o Fluminense recebeu o golpe derradeiro. Depois de uma bola alçada na área, Gum falhou novamente e deixou Dedé livre pra cabecear e fechar o placar. Cabe ressaltar que, nas três jogadas dos gols adversários, ao menos no meu entender, Cavallieri poderia ter saído nas bolas, ao menos para dificultar a vida dos atacantes, mas não o fez.

Incrivelmente, o placar não diz o que foi o jogo. Na verdade, acho que nenhum placar faria justiça verdadeira ao que foi a partida. É difícil falar em “merecimento”, uma vez que ambos os times fizeram uma grande partida, se doaram e foram fiéis às propostas que levaram ao gramado. É claro, foi vencedor aquele que foi mais eficiente nas finalizações, o Vasco, mas não se pode pensar levianamente a respeito da atuação do Fluminense. O Vasco não foi amplamente superior. Sequer foi superior. Aproveitou-se de erros e matou o jogo no contragolpe, como já cansamos de ver times pequenos fazerem com grandes, e até mesmo como o Flu muitas vezes já fez, no ano passado, quando tinha a vantagem no placar. Então, por mais estranho que pareça, estou confiante com a atuação de hoje. Obviamente, não estou tranqüilo quanto aos erros da defesa, mas posicionamento é algo que pode ser treinado e corrigido, e todos os atletas têm maus dias. Mas jogamos com garra, com raça, criando jogadas, finalizando e nunca desistindo. E é esse Fluminense vibrante que quero ver na quarta-feira próxima, contra o Huachipato.

Ao Vasco, desejo sorte. Torçam para que a final seja com o Botafogo, pois, além de poder manter a proposta de jogo que foi bem-sucedida, uma vez que terão a vantagem do empate. Caso seja o esgoto da Gávea seu adversário, a vantagem se inverte e tudo o que fizeram contra o Fluminense não será o suficiente. Parabéns pela vitória de hoje.



● Verde da Esperança

- O Fluminense fez uma boa exibição contra o Huachipato e venceu. O Fluminense fez uma ótima exibição contra o Vasco e perdeu. Coisas do futebol. Bola pra frente.
- Thiago Neves fez duas boas partidas em sequência. Hora de engatar a terceira.
- Wellington Nem tem sido decisivo. Que quarta-feira ele seja mais uma vez.
- Carlinhos esteve bem hoje. É difícil acreditar que estou escrevendo isso.
- Bola dentro da diretora em baixar o preço dos ingressos para a Libertadores e dar cortesia (ingresso grátis!) aos sócios. Hora da torcida comparecer em peso!

● Branco da Paz

- As cornetas estão em polvorosa na torcida do Fluzão... bastou perder do Vasco e todo mundo já esqueceu a vitória contra os chilenos...
- Como eu tinha dito antes, cair na onda da mídia não dá em nada. De lanterna passamos a líderes do nosso grupo.
- Vejam pelo lado bom: após o jogo contra o Huachipato, teremos pelo menos uma semana de descanso para o time se recuperar, treinar e os zagueiros tentarem ao menos se entrosar defensivamente. Não dá mais pra tomarmos esse caminhão de gols...
- Achei a punição de o Corinthians jogar a Libertadores sem torcida acertada, mas e se isso se tornar uma “vantagem”? Os times que jogarão contra ele não estão acostumados a jogar em estádios vazios...


● Grená do Vigor

- Desde que beijou aquela moça, Fredão não põe mais a bola na rede. Será uruca? Precisamos de você, Fred!
- Cavallieri, quando a bola cruzar a área perto de você, grite para os zagueiros “é minha!” e saia pra catá-la. Você é alto. A bola tem que ser SEMPRE sua.
- Edinho, why?
- Gum, guerreiro, why?
- Bruno, why?
- Isso porque tínhamos zagueiros para seis anos... no meio do ano, além do Conca, temos que trazer um zagueiro de ponta. É urgente...
- Abel, tudo bem que você precisa manter a moral dos caras em alta, mas essa parada de toda hora elogiar JÁ DEU. Se não tem o que falar, não fala nada. Quando chegar na hora da reapresentação, PAGA ESPORRO EM GERAL E PRONTO. Eles não são crianças que têm que ser mimadas. Ganham – e muito bem – para jogar direito!


Vamos em busca da América! Acredita, Fluzão!






Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras atividades intelectuais.

 






 



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