Tricolores de sangue grená, como não poderia ser diferente,
vencemos, e com emoção de sobra. Que mania tem esse time de testar nossos
corações! Quando finalmente parecia que seria um jogo tranqüilo – em que pese o
empenho incompreensível do time do Coritiba, mais um que jogou, no segundo
tempo principalmente, como se fosse uma final de campeonato – se transformou
num quase pesadelo. Por duas vezes, contra Grêmio e Atlético-MG, tomamos um gol
perto do fim do jogo e perdemos, por isso, 3 pontos nesses dois jogos. Mas não
dessa vez. Não podia acontecer de novo. A vantagem tricolor agora é de nove
pontos mais uma vez, e que o Galo se vire para reduzi-la para seis, em jogo
incompreensivelmente adiado. Algum dia ainda entenderei os desígnios da CBF.
O jogo foi muito bom, principalmente porque o Fluminense
quis jogar. Partimos pra cima, fazendo valer o mando de campo e a posição na
tabela e enquadramos o Coritiba. Logo nos primeiros minutos, Thiago Neves
cobrou uma falta no travessão, dando o prenúncio do que viria. Minutos mais
tarde, Deivid, aquele mesmo dos gols perdidos inacreditáveis, fez o favor de
errar um passe na defesa, recuando a bola para Wellington Nem, que arrancou, se
livrou de seu marcador e empurrou para as redes. O placar estava inaugurado e o
cheiro era de goleada. Que não veio, devido ao individualismo do próprio
Wellington Nem, que incompreensivelmente perdeu duas chances claras, fosse por
erro na finalização, fosse por não passar a bola para alguém melhor colocado. Em
algumas situações, Cavallieri foi determinante, e manteve nossa meta intacta. O
primeiro tempo foi quase todo nosso, e saímos com um gosto amargo de não termos
aproveitado as chances que tivemos, o que, em se tratando de Fluminense,
significa sufoco em algum momento do jogo.
E não deu outra, amigos. No segundo tempo, o competente
treinador do Coritiba mexeu no esquema tático da equipe e voltou com um 3-5-2.
Desnecessário dizer que o Coxa deitou e rolou nas jogadas pelas pontas,
principalmente nas costas do Carlinhos, que até esteve razoavelmente bem no
jogo, mas não defensivamente. Some a isso alguns erros de Edinho, pixotadas do
Digão... e tínhamos um cenário mais caótico do que o do primeiro tempo. Ainda
levávamos mais perigo, contudo, pois nosso pequeno Nem infernizou a limitada
zaga adversária. A essa altura, Deco, que havia sentido lesão, dera lugar a
Wagner, e o Flu até esboçou uma melhora no panorama, mas continuou com algumas
dificuldades. E foi quando o Coritiba já até fazia por merecer o gol de empate
que Nem recebeu bola de Bruno e foi ao fundo, cruzando com a perna ruim de
forma perfeita para encontrar Thiago Neves no segundo pau, que só cumprimentou
Vanderlei, empurrando a bola de cabeça para o fundo das redes. Com os 2 a 0 e a
contusão de Wagner em seguida, Abel precisou mexer no time a contragosto.
Quando as madeixas louras de Diguinho se agitaram no ar, eu sabia que aí vinha
sofrimento. Nada tenho contra o jogador. Inclusive, acredito que ele já tenha
sido importante para o Fluminense, mas no momento, não dá para escalá-lo. Se
bem que dessa vez eu dê razão ao Abel. Não faria mal nos defendermos melhor, já
que estávamos tomando sufoco, certo? Seria, se o time não recuasse logo que o
volante entrou. Aí, meus camaradas, foi teste pra cardíaco.
O “abafa” do Coritiba foi insuportável. Bruno, tão execrado,
tirou uma bola em cima da linha de bicicleta! Foi praticamente um gol a nosso
favor. Quando o Coritiba finalmente fez seu gol de honra, aos 35, todos os mais
de 30.000 tricolores no Engenhão já preparavam os corações (eu incluso!). Um
senhor ao meu lado dizia todo o tempo que o “Fluminense quer entregar o jogo!”.
Mais ponderado, não acreditei. Ao menos até os 48(!) do segundo tempo, na
jogada derradeira do certame, na qual Digão me fura a bola dentro da área.
Bruno (mais uma vez ele!) salva, travando a jogada, que sobraria para um
atacante do Coritiba. A bola foi morrer mansamente nas mãos do Cadáverlieri,
frio como um morto, sereno como um sifu chinês, que parecia estar recebendo um
recuo de cabeça no início da partida. Eu morrendo do coração e o cara lá,
tranquilão. Mas eu o entendo. Era a serenidade da certeza de que a vitória não
escaparia – como não escapou – diante do apito do árbitro em sequência. Mais um
passo dado rumo ao tetra!
Um adendo: está cada vez mais complicado comprar ingressos.
Como eu não sou muito adepto de comprar pela internet, enfrentei fila na
Cariocas F.C. do Carioca Shopping. Sempre comprei ali sem filas durante o ano inteiro,
mas de uns jogos pra cá, muita gente “descobriu” o lugar. Porém, acredito que o
local não esteja bem preparado, pois fiquei de 3 e meia da tarde até quase 10
da noite lá (estava tão lotado que tinha fila até nas escadarias do shopping),
não consegui o ingresso, pois a máquina de impressão deu problema, e eles
tiveram que anotar os nomes de quem ainda estava ali, para que voltassem no dia
seguinte. Todavia, foram honestos e resolveram da melhor forma possível, e no
dia seguinte meu ingresso para o setor Oeste Inferior estava garantido. Aí,
quando vemos o público presente, dá menos gente do que o número de ingressos
disponibilizados para a venda (sendo que esgotou tudo). Malditos sejam os
cambistas e os esquemas.
Esta charge já tem algum tempo, é um pouco antiga, mas a
deixarei aqui de propósito, para que todos os torcedores conscientes (ou não)
do Atlético-MG entendam como nos sentimos com as acusações levianas às quais
nosso clube tem sido submetido. Já provei aqui, através de uma outra postagem,
que, analisadas as circunstâncias em que nos beneficiaram ou que nos garfaram,
deveríamos contar com mais 3 pontos além do que temos (e somaríamos 75 nesse
momento). Abaixo, virá uma pequena análise apenas dos jogos em que o
Atlético-MG foi beneficiado e nos quais isso comprometeu o resultado. Peço a
alguém que me envie uma relação dos jogos em que ele foi prejudicado (porque as
reclamações andam tão contundentes que não consegui encontrar nada a esse
respeito que reúna as informações que eu precisaria), para que eu possa fazer a
comparação entre pontos ganhos x perdidos, conforme fiz com o Flu, e
considerarei que pênaltis não-marcados valeriam como gols. Aí vai:
1ª rodada – Ponte Preta 0 x 1 Atlético-MG (pênalti não
marcado em lance de Leonardo Silva) - +2 pontos2ª rodada – Atlético-MG 1 x 0 Corinthians (pênalti não marcado em toque de mão de atleticano) - +2 pontos
3ª rodada – Atlético-MG 1 x 1 Bahia (pênalti inexistente em Marcos Rocha) - +1 ponto
9ª rodada – Figueirense 3 x 4 Atlético-MG (pênalti inexistente em Marcos Rocha) - +2 pontos
13ª rodada – Fluminense 0 x 0 Atlético-MG (gol legal de Fred mal anulado) - +1 ponto
18ª rodada – Atlético-MG 3 x 2 Botafogo (pênalti não marcado em Seedorf) - +2 pontos
30ª rodada – Atlético-MG 2 x 1 Sport (dois pênaltis não marcados a favor do Sport) - +3 pontos
Bem, são 13 pontos a mais, atleticanos. Estariam fora do G4
sem eles. Assim, aguardo um “dossiê” postado por alguém que me convença que o
Atlético-MG teve mais de 13 pontos tirados dele. Assim, quem sabe, eu possa
concordar com qualquer parte das falácias de sempre. Será a última vez que
abordo este assunto (a menos que alguém mande-me as informações sobre os jogos
em que o Galo foi prejudicado, como prometido), e espero que os rivais também.
Vamos acompanhar o campeonato, torcer e ver nossos times jogarem bola, pessoal. É muito feio
tentar desmerecer as conquistas alheias dessa forma. Se o Atlético-MG for
campeão, é porque merece. Se o Fluminense for campeão, é porque merece. Simples
assim.
● Verde da Esperança
- Wellington Nem!!!! Wellington
Nem!!! Wellington Nem!!!
- Cadê, Frederico? Perdeu o gol no
único cruzamento certo do Carlinhos na partida toda. Mas, também, se não fosse
aquela solada do zagueiro do Coxa que o juiz não viu...
- Cavallieri é demais mesmo cara.
Ele defende às vezes com o olho.
- Bruno, finalmente, foi digno de
muitos elogios. Só precisa aprender com o Nem a ir ao fundo!
- Jeaniesta voltou! Thiago Neves
foi um sanguessuga na maior parte do tempo, mas fez o gol né... lembra o
Belletti do ano retrasado. Tem estrela.
● Branco da Paz
- Agora é acompanhar à distância o campeonato.
Só jogamos no distante dia 4, contra o São Paulo, fora de casa.
- Não vou torcer a favor, mas acho
que o urubu vai aprontar com o Galo.
- Muito boa a resposta bem-humorada
da torcida do Flu às provocações atleticanas. Futebol é isso, galera!
- Setenta e dois pontos, cara. E
ainda temos quinze em disputa. Fluzão fazendo história!
● Grená do Vigor
- Edinho, onde está o rapaz que vinha progredindo?
- Diguinho, meu companheiro...
te apoiaremos sempre... gritamos o seu nome... mas dá pra dizer pro time não
recuar com você em campo?
- Carlinhos, finalmente acordou, mas deixou uma avenida às suas costas. Não dá, né?
- Carlinhos, finalmente acordou, mas deixou uma avenida às suas costas. Não dá, né?
- Deco, jogou mal (salvo um
lançamento primoroso pro Carlinhos) e ainda se lesionou. Tá brabo, maestro!
- Wagner, mal entrou no jogo e
se lesionou. Tá difícil, garoto!
- Abelão, pé-de-pato, mangalô,
três vezes. Da próxima vez, coloca dois meias reservas no banco (Higor!), pra
não precisar colocar o Diguinho em campo!
Faltam 5 rodadas pra gritar “É campeão”! Acredita, Fluzão!
Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras atividades intelectuais.