Tricolores de sangue grená, a maior parte dos mais de 35.000 tricolores saíram do Engenhão na quarta-feira com um gosto de insatisfação na boca. O empate não foi, de longe, o pior dos resultados, e tampouco mudou o cenário. Com o empate do Atlético-MG com o Santos, pelo mesmo placar do jogo do Flu, “tudo continua como d´antes no quartel de Abrantes”, como dizia a minha saudosa avó. O que nos trouxe a insatisfação foi o sentimento que já nos faltava há algum tempo: o de que podíamos ter feito melhor do que fizemos, de que podíamos ter vencido o jogo. Geralmente, a torcida anda mal-acostumada, pois esse Fluminense supera seus limites, vence na adversidade, e até quando as condições não são muito favoráveis. Quando não vence, ainda que o empate nada tenha mudado (na verdade, manteve a distância para os rivais, e agora faltam menos jogos), ficamos insatisfeitos. Ê torcidinha mal-acostumada! Também, pudera... 2 derrotas apenas no campeonato, e 9 no ano todo...
Mas vamos ao jogo. Meus amigos, foi um jogaço! O Grêmio veio
mesmo para o Rio de Janeiro com a faca nos dentes, pronto para pelejar.
Luxemburgo apostava suas últimas fichas numa improvável vitória para que a
distância de 11 pontos fosse um pouco diminuída. E, devido a isso, no início do
jogo a equipe gaúcha foi mais perigosa. Em uma bola despretensiosamente chutada
por Anderson Pico, o quique da bola traiu Cavalieri, e quem nos salvou foi o
travessão. Passado o susto, o Fluminense foi entrando, aos poucos, no jogo, e
teve algumas boas oportunidades, infelizmente desperdiçadas. O jogo era
brigado, disputado, mas com boa técnica e muita garra. O primeiro tempo
terminou 0 a 0, placar que não fazia jus à disposição dos times em campo.
Assim, após o intervalo o Flu voltou ainda mais disposto a
abrir o placar. O Grêmio jogava com inteligência e agredia conforme podia, mas
o tricolor, conduzido por Thiago Neves, que entrara no lugar de Wagner,
apagado, era mais perigoso. Todavia, foi o time gaúcho que abriu o placar. Gum
fez falta perigosa sobre Zé Roberto. Elano, esperto, bateu por baixo da
barreira tricolor, que saltou, e Cava nada pôde fazer. 1 a 0 pro adversário. Só
que esse Fluminense, não à toa, é um time surpreendente. É um time de
guerreiros, é o time do impossível. Sete minutos depois de sofrer o revés, Deco
bateu escanteio para o Flu, Thiago Neves desviou de cabeça para o meio da área
e Digão, ele mesmo, Digão, completou com categoria no ângulo do goleiro, sem
chances para Grohe. Fluzão 1 a 1. Quatro minutos depois do gol, Rafael Sóbis
conduzia a bola quando, de repente, percebeu Marcelo Grohe meio adiantado e
resolveu arriscar. Seu tirambaço de canhota fez uma curva inesperada, e passou
a milímetros das mãos do arqueiro gremista, explodindo nas redes, no meio do
gol. Era a virada do Fluminense, para delírio da torcida!
Para tornar o cenário ainda mais favorável, Marcelo Moreno –
ele mesmo, o palhaço do twitter – recebeu cartão vermelho após dar uma cotovelada
criminosa em Sóbis. Detalhe: ele não tinha entrado em campo nem há um minuto.
Assim, o Grêmio, em desvantagem numérica, perdendo o jogo, tinha cerca de 25
minutos para tentar o improvável. Nenhum tricolor apostaria que o Flu poderia
perder o jogo naquele momento. Porém... o Fluminense voltou a adotar a tática
arriscada de sempre. Recuou, tentando explorar os contra-ataques para matar o
jogo. A estratégia teria dado certo se Fred não tivesse chutado a bola do
terceiro gol sobre o travessão, após lançamento perfeito de Jean. Sóbis
esperava no meio da área para concluir, mas provavelmente Fred não o viu.
Alguns minutos depois, Sóbis deixou o campo, dando lugar a Marcos Jr. e, assim,
o Fluminense começou a atrair perigosamente o Grêmio para o seu campo. A
verdade, meus amigos, é que Abel já ganhou vários jogos com essa estratégia
(passando sufoco às vezes, é verdade), e não sei o quanto podemos criticá-lo
por ela. Só sei que ela não deu certo desta vez. Após a marcação de uma falta
pra lá de discutível a favor do Grêmio, Léo Gago (aquele mesmo do Avaí,
Vasco...), que havia entrado no segundo tempo, cobrou com violência e Diego não
conseguiu segurar, espalmando-a para o lado. Na sobra, a defesa não conseguiu
afastar e Zé Roberto acabou empurrando para as redes e decretando o empate. 2 a
2, placar final. O Flu ainda tentou desempatar no finzinho, mas já era tarde.
Com toda a sinceridade, apesar desse lance que comentei (e
uma certa perseguição com o Fred, marcando faltas dele que simplesmente não
existiram), não achei que a arbitragem tenha realmente influenciado no
resultado final. O Grêmio mereceu, SIM, empatar. Não desistiram em nenhum
momento do jogo e nós, em vez de atacarmos e fazermos valer a vantagem,
recuamos e corremos riscos desnecessários. Azar o nosso. O resultado, no
cômputo geral, acabou não sendo um desastre. A tabela do Grêmio é muito melhor
que a do Atlético-MG, e manter uma distância segura para o time gaúcho é mais
interessante até do que a vantagem que temos para o Galo, que já mostrou que
não é time de chegada, derrapando na hora H. Agora, é ir pro Independência e
mostrar ao Brasil inteiro o porquê somos líderes. Empate é um bom negócio, mas
meu coração tricolor só se contentará com a vitória. Vamos, Fluzão!
É chato voltar a esse assunto, mas se torna necessário
abordá-lo, vez que os rivais + mídia não se cansam de encher o nosso saco com
essa falácia de ajuda da arbitragem. Logo, vou listar aqui os jogos onde “deu
polêmica” e os que não “deram polêmica” por conta do “abafa” para não mostrar
que somos prejudicados também. Deixarei de fora o jogo Coritiba x Fluminense
(vencemos, apesar dos erros contra nós), contra o São Paulo (o gol deles se
originou de uma falta que não existiu) e contra o Inter, no returno (idem).
1º Turno:
Corinthians 0 x 1 Fluminense. Alegam que não houve pênalti a
favor do Corinthians. Como não lembro desse lance, considerarei que ganhamos
pontos a mais aqui, considerando que os caras convertessem a penalidade; +2
pontos.
Santos 1 x 1 Fluminense. Gol legítimo do Fluminense anulado;
-2 pontos.
Fluminense 0 x 0 Atlético-MG. Gol legítimo de Fred anulado.
O Galo diz que o juiz errou ao autorizar a cobrança enquanto ainda aplicava o
cartão, mas já vimos lances similares no futebol; -2 pontos.
Cruzeiro 1 x 1 Fluminense. Gol de Wellington Paulista teve a
ajuda da mão. Foi irregular. Houve um pênalti para cada lado não assinalado.
Logo, perdemos pontos aqui; -2 pontos.
Vasco 1 x 2 Fluminense. O Vasco reclama do gol do Fluminense
de falta (Edinho teria empurrado a barreira), e de um suposto pênalti a favor
do Vasco. Houve um pênalti não marcado a favor do Fluminense e um gol legal de
Fred anulado. Logo...; +0 pontos.
2º Turno:
Fluminense 1 x 1 Corinthians. Pênalti claro em cima de Leandro Euzébio não anotado por Sandro Meira Ricci. Logo, considerando que convertêssemos o penal..; -2 pontos
Fluminense 1 x 1 Corinthians. Pênalti claro em cima de Leandro Euzébio não anotado por Sandro Meira Ricci. Logo, considerando que convertêssemos o penal..; -2 pontos
Figueirense 2 x 2 Fluminense. Houve um gol legal do
Figueirense anulado. Embora a jogada que tenha originado a falta do segundo gol
deles seja discutível, e tenha havido um pênalti ignorado a favor do
Fluminense, gol anulado tem mais peso que pênalti, então, aqui creio que fomos
beneficiados; +1 ponto
Fluminense 2 x 1 Náutico. A jogada do suposto pênalti que o
Náutico reclama teria sido originado por uma falta que não existiu. Além disso,
tivemos um pênalti claro a favor do Fluminense não marcado. Entendo que não
fomos beneficiados aqui; +0 pontos.
Fluminense 1 x 0 Botafogo. O toque de Valencia não foi
pênalti. O de Fred, sim, mas foi ignorado um pênalti claro sobre Gum. Logo, sem
benefícios; +0 pontos.
Bahia 0 x 2 Fluminense. Bahia reclama de um “gol anulado”,
quando na verdade a jogada já tinha sido anulada antes da conclusão em gol. E
de mais a mais, além do pênalti CLARO sobre Wellington Nem que não foi marcado,
o Fluminense fez mais gols que o Bahia teria feito, considerando-se a
reclamação deles. Logo, sem benefícios; +0 pontos.
Fluminense 2 x 1 Ponte Preta. O toque dentro da área é
interpretativo, logo, vou considerar, para os puritanos, que fomos beneficiados
nesse lance. A falta sobre Marcos Jr. existiu, conforme deixei beeeem claro no
meu último post. Assim...; +2 pontos.
Conta final, meus amigos... “ganhamos” 5 pontos no apito e “perdemos”
8 pontos. Assim, deveríamos estar com 72 pontos, não com 69. Continuem
chorando, rivais. Isso só torna a postura de vocês cada vez mais ridícula...
Outras fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=VbDM7Dm_TWA&feature=youtu.be
http://www.otricolor.com/?pg=noticia&id=2169
http://dossiefluminense2012.blogspot.com.br/
Com toda a sinceridade, queria saber de ONDE o tal do site “Placar Real” tira os cálculos dele...
Outras fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=VbDM7Dm_TWA&feature=youtu.be
http://www.otricolor.com/?pg=noticia&id=2169
http://dossiefluminense2012.blogspot.com.br/
Com toda a sinceridade, queria saber de ONDE o tal do site “Placar Real” tira os cálculos dele...
● Verde da Esperança
- Digão, em que pese ter falhado
no gol de empate dos caras, fez um partidaço.
- Gum continuou seguro, como
sempre.
- Thiago Neves, até que enfim,
entrou querendo jogo!
- Que balaço, hem Sóbis! Estou
gostando de ver!
- Abel, mandou bem com as
substituições, mas deveria ter mandado o time atacar...
● Branco da Paz
- 35 mil presentes no Engenhão,
público 6 vezes maior que Vasco x Botafogo. Sem mais.
- Apesar dos pesares, a torcida
poderia ser menos modinha e comparecer o ano todo...
- Wellington Nem de volta nos dá
algum alento de contra-ataques mortíferos!
- Deco jogou razoavelmente bem,
assim como Edinho, mas podem render mais.
● Grená do Vigor
- Bruno, pare de ser omisso.
Carlinhos, coloque esse pé na forma...
- Wagner, o que houve contigo,
cara? Esteve mal à beça...
- Fredão, sei que você quer
fazer o centésimo, mas dessa vez, deu mole...
- Jean tomou um cartão amarelo
bobo no fim do jogo e o Valencia se lesionou na Colômbia... Diguinho vem aí!
Faltam 7 rodadas pra gritar “É campeão”! Acredita, Fluzão!
Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de
Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense
desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras
atividades intelectuais.
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