Tricolores de sangue grená, peço desculpas por não ter
publicado minha coluna ontem ou anteontem, mas contratempos impediram-me de
fazê-lo. Por este motivo, estou escrevendo-a hoje, dia 6 de Novembro. Nesses
dias que se passaram, eu poderia ter estado em alguma comemoração de título,
pois o tetra poderia ter vindo neste último domingo. Mas não, não veio. E nem
acredito que virá no domingo próximo, contra o Palmeiras, em Presidente
Prudente. Confio que virá no Engenhão, contra o Cruzeiro. Mas se vier antes,
comemorarei do mesmo jeito.
Porque agora é apenas questão de tempo. Isso mesmo, tempo.
Descalcei as sandálias da humildade quando vi o Fluminense engolir o São Paulo
no segundo tempo, e quando, para completar, Deivid sepultou quaisquer
aspirações que o Atlético-MG pudesse ter no campeonato. Empatar com o São Paulo
no Morumbi jamais pode ser considerado um resultado ruim, dada a grandeza do
time paulista, sua tradição e o peso de sua história. Empatar lá sabendo que
poderíamos ter vencido, tamanha foi a superioridade em pelo menos metade do
jogo, melhor ainda.
O fato é que muitos podem reclamar, outros podem contestar,
mas ninguém pode NEGAR o valor desse time, que vem fazendo história. Com 64
pontos em 34 rodadas, o Atlético-MG tem feito uma campanha de campeão. Com 73
pontos nas mesmas 34 rodadas, o Flu faz uma campanha de supercampeão, de maior
campeão de todos os tempos. E isso incomoda, ah, se incomoda, principalmente a
Flapress, que já não deve mais nos agüentar. Afinal, galera... de 2007 para cá,
3 títulos nacionais. Nenhuma equipe foi mais vencedora em âmbito nacional que o
Fluminense nestes últimos anos. Falta-nos somente aquilo que já perseguimos
desde 2008: a Libertadores da América. Mas ela virá. E se tudo der certo, ano
que vem mesmo.
Mas, voltando ao jogo, vimos um Fluminense bem melhor em
campo até mesmo do que contra o Coritiba. Num fim de campeonato, onde todos já
estão cansados ou em ligeiro declínio, este Fluminense parece em franca
ascensão. Esteve desfalcado de Deco e Wagner, além de não contar com o Marcos
Jr. no banco. Parecia? Eis o segredo desse elenco: ter peças de reposição que
mantêm o nível. No primeiro tempo, houve um grande equilíbrio. Tivemos algumas
boas chances de marcar. O São Paulo também, mas a verdade é que as equipes se
respeitaram demais. No segundo tempo, o Flu atacou mais, esteve mais ativo, e
até mereceu sair na frente, mas permitimos o revés no placar através de um erro
raro do excelente Gum, que foi infeliz ao recuar a bola para Cavalieri e deu um
presentaço para o bom Luis Fabiano abrir o placar para os mandantes.
Quem achou, porém, que o Fluminense ia se abater com o gol,
enganou-se. Provavelmente motivados em compensar o erro do guerreiro Gum, os
guerreiros partiram para cima e não tomaram conhecimento do São Paulo a partir
daquele instante. Foi uma lavada. Se fosse uma goleada pró-Flu o resultado
final do jogo, não seria de assustar. Mas é inegável que os donos da casa
também têm um bom time e não seria fácil cruzar sua meta. Foi apenas quando
Samuel entrou no lugar de Sóbis e acreditou numa jogada que mais ninguém
acreditaria, roubando uma bola improvável de Rafael Tolói que o empate aconteceu,
pelos pés do artilheiro do campeonato. Fred recebeu passe limpo e bateu pro gol
vazio.
Assim, o placar final fora decretado. E só ficou assim
porque tanto Rogério Ceni (em chute meio sem querer de Gum) quanto Cavalieri
salvaram bolas que seriam “gol certo”. Talvez não tenhamos ampliado porque Abel
Braga resolveu colocar o Diguinho em campo e tirar o Wellington Nem, melhor em
campo. Dessa vez, o volante não fez nada que lhe dê deméritos, mas perdemos
força ofensiva. Poderíamos ter vencido o jogo, mas voltamos com 1 ponto de São
Paulo, o que é sempre bom. Como os cavalos paraguaios do campeonato perderam
para o Coritiba no Couto Pereira (como eu avisei que iria acontecer), abrimos 9
pontos de distância para o vice-líder, faltando 12 pontos a serem disputados.
Não acabou... mas acabou. Se fosse o Grêmio, talvez eu ainda temesse alguma
zebra, mas o Atlético-MG já mostrou que, fora de casa, não busca os pontos. É
capaz que não consiga vencer o combalido Vasco, que atravessa um momento muito
delicado no campeonato, e assim, se derrotarmos (e rebaixarmos) o Palmeiras,
poderemos ser campeões daqui a alguns dias. Mas eu não quero. Quero ser campeão
no Engenhão, contra o Cruzeiro. Quero ver a taça (ainda que uma réplica ou de
mentira). Quero ver os jogadores darem a volta olímpica. Quero gritar “é
campeão” lá. Pois já não me resta qualquer dúvida: seremos campeões.
● Verde da Esperança
- Wellington Nem, calma, meu
garoto... lembre-se que você estava contundido. Abel talvez quisesse te poupar.
- Fred de novo. Caminhando para
ser o artilheiro do Brasil.
- Samucréu voltou. Esse garoto
está queimando a língua de muitos!
- Euzébio voltou e segurou a onda.
Partida sem erros.
- Jean foi o de sempre. Gum...
você tem crédito, guerreiro. Errar é humano.
● Branco da Paz
- O fim da maratona de jogos é bom.
A espera pela próxima partida, não!
- Embora o Vasco não esteja bem das
pernas, agora que já queimaram o técnico, é capaz que vençam de novo.
- Todos a Presidente Prudente.
Podemos ver o segundo brasileiro em três anos ser conquistado lá!
- E os manés que diziam aos quatro
cantos em 2010 que agora só iríamos ganhar outro brasileiro após 26 anos, hein?
Queria ver a cara deles.
● Grená do Vigor
- Edinho, dessa vez lhe darei um desconto... mas anda lento, hein?
- Diguinho, okay, dessa vez você
não fez asneira. Ótimo.
- Carlinhos, você só vai mesmo
acertar um cruzamento para o gol do título?
- Bruno, Cicinho tá vindo aí.
Olha a sua titularidade indo pelo ralo...
- Abelão, dava para ganhar o
jogo...
Faltam 4 rodadas (ou menos!) pra gritar “É campeão”!
Acredita, Fluzão!
Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de
Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense
desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras
atividades intelectuais.
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