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sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Quando o placar mente - Tradição em Verde, Branco e Grená








Tricolores de sangue grená, não é necessário repetir tudo o que já foi lido exaustivamente por todos vocês sobre o jogo da última quarta-feira contra o Grêmio, no Engenhão. Tampouco engrossarei o coro da mídia, que afirma que o Grêmio “humilhou o Fluminense no Engenhão”, pois isso é uma inverdade sem tamanho. Também não me juntarei aos corneteiros que ficam só de butuca, esperando por uma derrota, para exaltar o quanto todo mundo do elenco é ruim. Não, só vou analisar friamente. Há noventa jogos – repito, noventa jogos – o Fluminense não perdia por três gols de diferença. Então, se um time passa noventa jogos com o mesmo elenco praticamente sem perder por três gols de diferença, o que aconteceu foi, simplesmente, um mau dia. Lembremos de um mau dia pior do preferido da mídia. Quem aí lembra da sova que o esgoto da beira da Lagoa levou do poderoso Atlético Goianiense no Engenhão? Isso não faz muito tempo não, foi em 2011. Pois é. Nosso mau dia é perder do Grêmio por três gols de diferença, num jogo ainda da fase de grupos da Libertadores, e permanecer empatados em pontos com todos os times do grupo. Que desastre!

Sejamos realistas e coerentes. Já sabíamos que seria páreo duro enfrentar o Grêmio no Rio, e era por isso que eu torcia pela LDU na pré-Libertadores. Sabemos a tradição que o time gaúcho tem, a tarimba de muitos dos jogadores de seu elenco e da qualidade de seu treinador, e sabíamos que não eram “três pontos garantidos” para nós aqui no Rio. Assim como, não se enganem, não acredito que eles considerem que somos “três pontos garantidos” para eles, lá no Sul. Vento que venta cá, venta lá. A realidade, a verdadeira realidade, é que o Grêmio não fez uma grande partida. A sorte simplesmente estava ao lado do time gaúcho. Atacamos, fizemos o que de nós se esperava – não vou pôr aqui o mérito da escalação nem das substituições, porque ninguém, ninguém mesmo, jogou nada – mas não acertamos o gol. Wellington Nem não foi o Messi de Xerém, Fred não foi o maior artilheiro do Brasil e Cavallieri não foi o melhor goleiro do Brasil. Erramos mais passes que o time do Íbis em dia de treino, e não faríamos gol em uma jogada comum nem se o jogo durasse até o momento em que escrevo esta coluna. Contudo...

Há de se ressaltar – e se tomar alguma providência – em relação à arbitragem de Paulo César de Oliveira, árbitro que SEMPRE garfa o Fluminense. Senão, vejamos: pênalti sobre o Wellington Nem ignorado quando o jogo estava zero a zero. Se sai gol, acredito que o jogo poderia ter sido diferente. No gol do Grêmio, a jogada não poderia ter continuado. O próprio instrutor de arbitragem da CBF, Manoel Serapião, falou sobre o caso (embora os torcedores do Grêmio refutem, afirmando que foi pênalti, no que discordo):


Mão de Barcos foi irregular


Além disso, todo mundo viu que na jogada do segundo gol do Grêmio havia impedimento claro de André Santos. Logo, dois gols irregulares a favor do time gaúcho e um pênalti ignorado para o Tricolor. Num bom dia, esse jogo seria facilmente 1 a 1. Mas não era um bom dia.

Gostaria também de esclarecer aos torcedores gremistas que isso não se trata de “choro” pela arbitragem ruim. Ainda que todos estes erros tenham acontecido, o Grêmio nada teve a ver com isso, foi superior e mereceu, sim, vencer, MAS NÃO POR TRÊS GOLS DE DIFERENÇA. O placar foi mentiroso, e a mídia nos massacrou nos últimos dias, tentando nos desestabilizar. Parabéns ao Grêmio, que se recuperou da derrota em casa na estréia, mas nada está definido. Ainda tem muita água pra rolar. São doze pontos em disputa, e tudo pode acontecer. Ainda acredito no título, e todos os tricolores deveriam acreditar. Um dia desses, em que TODOS apresentem sub-rendimento, não voltará a acontecer tão cedo. Acredito que, dos 12 pontos em disputa, o Flu tenha plenas condições de ganhar 10, o que garantirá a classificação. Vamos, Fluzão!






E sobre o Carioca-que-não-acaba, a boa – mas sofrida – vitória sobre o Volta Redonda por 3 a 1 com os reservas foi motivo, pasmem, para os corneteiros encherem a paciência, com um “mimimi” monstruoso sobre como tomamos sufoco pro Volta Redonda. Amigos, fizemos três gols com o time reserva sobre o time que endureceu até o fim do jogo pra escalação titular do time mais enganador do Brasil, e só perdeu num gol cagado de um certo caneludo. Samucréu marcou dois e Marcos Jr., o último, em bela jogada. Às vezes acho que o Samuel é mal aproveitado em algumas partidas. Foi só o Deco acertar o pé para que ele deslanchasse a fazer gols. Para mais um jogo-treino, em que surpreendentemente jogamos até bem (embora não tenhamos defendido tão bem assim no segundo tempo, visto um certo sufoco causado pela má forma física e falta de ritmo de jogo de alguns jogadores), está de excelente tamanho. Domingo tem o último jogo-treino, em que, não tenho dúvidas, vamos ganhar ou empatar, mesmo com reservas. Após a derrota na Libertadores, o foco tem que ser o Huachipato. Comparar a importância de um jogo da fase de grupos da principal competição continental e sonho de consumo do clube e da torcida com uma semifinal de turno de um campeonato estadual é até covardia. Coloca os juniores pra jogar essas finais que, tenho certeza, eles levam o caneco.


● Verde da Esperança

- Acabou sendo boa a vitória do Caracas sobre o Huachipato. Quanta zebra...
- A cena do Rafael Sóbis encostado na placa de publicidade me comoveu, cara... esse estava realmente sentido pelo resultado. Quero-o sempre no grupo.
- Há um aspecto positivo nessa derrota: pararão de nos rotular como favoritos. Sempre que acham que já estamos fora (Jorge Nunes feelings), damos a volta por cima e nos superamos.
- Fredão, não desanima, cara. Foi só um jogo em que nada deu certo. No próximo, mais gols te esperam.
- É hora de o Abel dar chances reais ao Monzón, ao Wellington Silva e colocar o Marcos Jr. mais vezes nos jogos.

● Branco da Paz

- Corneteiros, fiquem em casa. Guerreiros, lotem contra o Huachipato e contra o Caracas. Eu estarei lá. Diretoria, reduza o preço dos ingressos pela metade, já!
- Não caiam na onda da mídia de que “caímos pra último no grupo”. Está todo mundo com três pontos. Saldo só será importante se não ganharmos os jogos “obrigatórios”.
- Aos malucos que dizem, disseram ou acham que a torcida não apóia, cantamos como loucos após tomarmos um gol, mas não há como manter o ânimo com percentual de passes errados acima dos 50%.
- Minhas sinceras condolências à família do menino boliviano que faleceu no jogo entre San Jose (BOL) e Corinthians. Que os culpados sejam devidamente punidos e providências sejam tomadas para que isso nunca mais se repita.


● Grená do Vigor

- Fiquei sabendo que alguns torcedores do Flu gritaram, sim, “Olé” junto com a torcida do Grêmio. Eu estava no jogo e não ouvi, mas teve gente nas redes sociais confirmando. Que esses torcedores jamais voltem ao estádio pra torcer pro Flu. Fiquem no sofá e gritem “Olé” com os vizinhos que torcem pros rivais.
- Cavallieri esteve em noite de Berna braço-de-jacaré
- Wellington Nem esteve em noite de Lenny cisca-cisca
- Fred esteve em noite de Tuta
- Abel esteve em noite de Abel. Que cagadas deixar o Deco no banco após aquela exibição contra o Volta Redonda, “poupar” o Gum e liberar nosso melhor volante pra “resolver o casamento”, tudo isso num jogo dessa importância na Libertadores. Vacilo feio.


Vamos em busca da América! Acredita, Fluzão!





Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras atividades intelectuais.






quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Começou o ano - Tradição em Verde, Branco e Grená









Tricolores de sangue grená, o ano começou. Agora capturem a seguinte imagem em suas mentes: um pasto, um jogo à noite, muito longe de casa, um árbitro com histórico recente de lhes prejudicar, desfalque em cima da hora, sendo somado aos naturais dois desfalques que seu time já sofria, uma estréia da competição internacional mais importante do ano até o momento, a qual vocês perseguem como objetivo maior de conquista... e ainda assim, o triunfo. O cenário, longe de ser ficção, foi o que todos os tricolores viram na Venezuela ontem, na partida inaugural contra o Caracas. Notem, o Caracas é o atual campeão venezuelano, e está em quinto lugar em seu campeonato. Se não é um time de ponta no cenário sul-americano, também não é a baba do boi cansado. Deu para perceber que eles mesmos tinham alguns jogadores de alguma técnica, mas que também foram prejudicados pelo pasto. Contra um time mais modesto, em um gramado melhor, acredito que eles conseguiriam um bom resultado. Mas contra um time melhor, em qualquer gramado, principalmente se esse time for o FLUMINENSE, não houve maneira. Quando jogarmos contra eles aqui, no Engenhão, eles desenvolverão duas vezes melhor seu futebol. E nós trinta vezes. Essa é a distância entre ambas as equipes, a ponto de o próprio presidente do Caracas reconhecer isso. A Libertadores é a nossa meta, a ponto de o próprio Abel ontem dar uma declaração dizendo que pode, sim, deixar o Carioca de lado pela Libertadores. E é exatamente isso que temos que fazer! Para onde irá nos levar mais um título estadual? A lugar algum! Sabemos que esse papo de “hegemonia” não existe. Estamos empatados com a mulambada, e só aqueles que não sabem contar discordam. Além disso, ficamos quase 100 anos à frente na contagem de títulos. Por que vamos nos preocupar com isso agora? A Libertadores irá nos levar a muitos lugares. A outro patamar. Ao respeito nacional e internacional ainda mais acentuado. E, finalmente, ao Mundial. Ao sonhado bi.

Não vou mentir, galera. O jogo foi horroroso. Se não fosse o Fluminense e se eu tivesse pago ingresso, eu ia querer meu dinheiro de volta. Mas foram as condições que o gramado nos proporcionou. Mostramos quem somos no primeiro tempo. Fred, como sempre, fez a diferença e finalizou como só o melhor artilheiro do Brasil sabe fazer, após jogada que ele mesmo tramou, que resultou em chute do Sóbis que a zaga do Caracas amaciou. Tivemos várias chances. Euzébio poderia ter feito gol, o próprio Fred teve algumas chances, mas não passou do placar mínimo. Infelizmente, o campo nos fez de vítimas e no segundo tempo foi difícil conter a correria que o Caracas apresentou. O próprio técnico do time venezuelano fez o possível pra equipe dele ir pra frente, tentando empatar numa bola vadia, no “abafa”. Ainda assim, o Flu teve uma chance de ouro com Wellington Nem, que esteve mal. Ele preferiu matar a bola em vez de cabecear pro gol, e não ampliamos. No finzinho, o maldito colombiano soprador de apito interpretou um chutão pra trás do Valencia como recuo, e deu tiro livre indireto para o Caracas. Mas a justiça foi feita e a bola foi chutada para fora. Nossos primeiros três pontos, importantíssimos pelas circunstâncias, foram conquistados. Agora é esperar os demais jogos e estar presente no dia 20 de Fevereiro ao Engenhão para empurrar o Flu em busca de mais uma vitória. Eu já comprei meu ingresso. E você?






“Mas poxa, Aloisio, você não vai falar dos jogos do Carioca?” – Ah, daqueles jogos-treinos? Tudo bem, se vocês insistem. Tivemos um jogo-treino contra o Quissamã em Macaé. O primeiro gol foi do Jean, de falta. O segundo foi de Wagner, em bela jogada e bela finalização. E o terceiro foi do Fredão, batendo pênalti duvidoso. Três a zero. Goleada num time minúsculo que só foi marcar o primeiro gol no campeonato na rodada passada. Acho que basta.






O clássico contra o Vasco merece um pouco mais da minha atenção como escritor, até em respeito ao clube de São Januário. O Vasco jogou defensivamente, a meu ver, e explorou os contra-ataques, algo que fez bem em boa parte do tempo, pois tem um bom jogador para isso, o Eder Luis. Todavia, nós atacamos mais, perdemos várias chances com o Fred, principalmente, muito por conta da atuação de gala do goleiro Alessandro. Não sei o que se passa com esse rapaz. Contra os mulambos, leva quatro gols. Contra o Fluminense, fecha o gol. Incompreensível. O Vasco abriu o placar com gol contra de Jean, em jogada de escanteio – muito embora eu tenha visto falta sobre o volante do Flu. O placar era injusto dado o volume do jogo do Flu no primeiro tempo. No segundo tempo, o Vasco teve mais posse de bola que na primeira etapa, até por conta das substituições que não deram muito certo, principalmente Felipe, que, tirando uma enfiada de bola sensacional, não jogou nada. Mas... quem tem Fred não morre pagão, e Frederico estava lá, para conferir de cabeça no canto o ÚNICO cruzamento certo do Carlinhos no ano inteiro. Duvido que acerte outro. Aposto dinheiro vivo com quem quiser. Gostaria de queimar a língua, mas é difícil. O placar final de 1 a 1 acabou sendo justo pelo mérito defensivo do Vasco no goleiro Alessandro, que se mantiver atuações similares às desse jogo será eleito o melhor goleiro do estadual com alguma facilidade.



● Verde da Esperança

- Parabéns aos meninos do Flu! Fluminense campeão mundial sub-18! Tem que aturar!
- Ninguém se machucou nesse jogo contra o Caracas. Aleluia.
- Que defesa foi aquela na puxeta do atacante do Caracas, hein? Cavalieri é o cara.
- Frederico fez três gols nos três últimos jogos. Tá bom pra você?
- Gostei da atuação do Bruno contra o Caracas no primeiro tempo. Concorrência faz bem!

● Branco da Paz

- Casa cheia dia 20. Sem mais.
- Para os críticos de nossa vitória magra na estréia, vejam como Boca Juniors e Vélez estrearam...
- Muito bom saber que estamos priorizando a Libertadores. Nada mais justo.
- Parabéns aos tricolores de Roraima que foram prestigiar o Flu na Venezuela!


● Grená do Vigor

- Monzón já! Avenida Carlinhos nunca mais!
- Edinho, meu filho... você não pode ser o Gérson (Canhotinha de Ouro) nos passes de trivela e ser o Ygor nas antecipações... se decide meu filho.
- Wellington Nem e Marcos Jr. nada renderam. Abel leu mal pacas o jogo. Esse campo nunca os favoreceria. Eu entraria com o Michael no lugar do Nem no segundo tempo.
- Anderson e Leandro Euzébio batendo cabeça no segundo tempo... volta, Gum!
- Abel, gostei da ousadia de pôr o time ofensivo, mas leva o máximo de apoiadores pro banco da próxima vez, tá bem? Aprenda que o Sóbis NÃO É apoiador!


Vamos em busca da América! Acredita, Fluzão!







Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras atividades intelectuais.