Ferimentos Leves - Tradição em Verde, Branco e Grená

Tricolores de sangue grená, já fazia algum tempo que não entrávamos em campo completamente desprovidos de sorte. Sobrenatural de Almeida havia tirado umas férias, mas Sábado ele voltou, com tudo. E olha que não foi nem a nossa pior exibição no campeonato, mas perdemos. E perdemos em “casa”, e para o lanterna do campeonato. Sim, foi um tropeço. Não havíamos perdido em nossos domínios até então, e em poucos jogos tomamos dois gols. Mas é só isso que foi: um tropeço. Muitos falarão da camisa azarada, que não viu a cor da vitória ainda; outros dirão que é nossa sina perder do lanterna, lembrando a “Síndrome de Robin Hood”; alguns lembrarão que contra nós TODOS jogam a vida, e todos os goleiros do mundo – principalmente os de times de menor expressão – parecem fechar o gol contra o escrete tricolor, mas a verdade é que simplesmente não deu. O tal do Diego Giaretta (também dirão que é nossa sina tomar gols de jogadores com nomes esquisitos) acertou um chute que provavelmente só vai acertar na próxima década, e o tal do Reniê, outro nome estranho pra jogador, acertou uma cabeçada sem querer – estilo a do Fred contra o São Paulo. Só que na época, todos achamos que o Fred QUIS fazer aquilo. Será que o “Reniê” também quis? Por fim, o goleiro dos caras, que é um goleiro chato de galocha, que não entendo – como o Magrão, do Sport – por quê não joga em um time grande, fechou o gol, defendeu pelo menos quatro bolas que eram gol certo. E aí, meus amigos, não há Nossa Senhora da Glória que ajude.

Quando o Fluminense veio a campo, Abel apostou em Sóbis para armar o jogo em vez do Higor, e os caras ganharam o meio-de-campo, pois Sóbis NÃO SABE fazer essa função. Com Thiago Neves apagado e Sóbis na frente efetivamente, os volantes tinham que se desdobrar pra preencher os espaços e evitar os contra-ataques. E foi precisamente por isso que todos os contra-ataques do Atlético foram tão perigosos. Quando Abel percebeu o erro, era tarde, já estávamos com o score desfavorável. Ele ainda tirou Samuel, em vez de sacar o Sóbis, e foi obrigado a mexer mais tarde, pois o Sóbis se machucou, em que pese a boa entrada do menino Michael, que foi oportunista e meteu uma nas redes. Nesse jogo não contamos com a sorte, pois o excelente goleiro deles, que seria titular fácil no Vasco, por exemplo, pegou tudo debaixo das traves. Não considero justa a derrota. Um empate, embora tropeço, seria mais justo. Mas talvez tenha sido melhor a derrota, para não deixar o time se acomodar. Vários jogadores estiveram abaixo do que podem render, principalmente Samuel, Sóbis, Carlinhos (de novo), Bruno (de novo), Edinho e, pra variar, Thiago Neves. Com meio time jogando mal, não dá. Fica para a próxima.

Todavia, o título da minha coluna ressalta o que foi a rodada para o líder do campeonato: ferimentos leves. A derrota, que poderia ser desastrosa, não o foi. Quase nada se alterou. O Náutico nos fez um grande favor ao vencer o Atlético-MG nos Aflitos. Lembremo-nos de que vencemos lá, mas isso não nos credencia a ganhar aqui também. Temos que extrair lições desse último jogo e ir com tudo pra cima do Náutico em Volta Redonda. Esses três pontos são essenciais, até porque só falta pouco mais de uma semana para o jogo adiado do Galo. Temos que aproveitar as últimas chances de colocar uma boa diferença de pontos que nos permita continuar líderes sem importar o resultado deste jogo. A próxima rodada é Atlético-MG x Grêmio, e eu torço muito para que o Grêmio vença o jogo. Afinal, o Grêmio apenas empatou com o Flamengo fora de casa, e foi outro a não avançar quase nada. O Vasco, que tinha a chance de encostar no bolo de cima, empatou com o Cruzeiro fora, e continua mais para trás. Até times que estavam animadinhos com suas campanhas recentes, como Botafogo e Internacional, mantiveram-se “estacionados”, após os respectivos empates. Logo, só o São Paulo subiu um pouco, indo a 39 pontos... mas pra 53 está meio distante, não? Assim, não me preocupo – ainda – com os que têm menos de 40 pontos.

Para o próximo jogo, devemos ir com a nossa “força máxima”, com Diego Cavalieri, Bruno (precisa jogar mais), Gum, Leandro Euzébio e Carlinhos (precisa esquecer a Seleção); Valencia (finalmente), Jean, Thiago Neves (precisa jogar mais E esquecer a Seleção) e Deco (finalmente); Wellington Nem e Fred. Também teremos, provavelmente, o Wagner à disposição no banco (eu iniciaria o jogo com ele no lugar do TN10, que está merecendo um banquinho), além do Anderson (espero que volte bem) e do Marcos Jr., que marcou um golaço no treino, com passe magistral do Deco. Mas é aquilo... treino é treino, jogo é jogo, e precisamos, com muita humildade, garantir mais três pontos!

● Verde da Esperança

- Boa participação do garoto Michael. Fez um gol e quase marca de bicicleta. Samuel que se cuide.

- Fred fez falta... mas ninguém imaginaria que, contra o lanterna, ele faria falta.

- Wellington Nem tentou tudo o que pôde, mas ninguém encostou.

- Wallace entrou melhor que o Carlinhos, mas não entendo... ele não era lateral direito?

- A torcida fez bonito, apoiou o tempo todo e acreditou no empate e na virada. Pena que não deu.

● Branco da Paz

- Deco estará de volta na próxima rodada!

- Valencia jogará na próxima rodada!

- Fred jogará na próxima rodada!

- Wagner e Marcos Jr. estarão no banco na próxima rodada!

- Atlético-MG enfrenta o Grêmio na próxima rodada!

● Grená do Vigor

- Cavalieri, sempre o defendo... mas acho que foi vacilo seu aquele segundo gol...

- Sóbis, desde que o Fluminense lhe comprou em definitivo você não fez uma apresentação decente. O que se passa?

- Thiago Neves, peça banco. Sem mais.

- Bruno e Carlinhos, o Fluminense não pode jogar sem laterais. Se não conseguem atuar em alto nível, peçam pra sair. Vários meninos da base devem estar doidos pelas vagas de vocês.

- Abel, escale o que tem de melhor, sem inventar, e vê se mantém o Valencia no time após ele mostrar, pela ducentésima vez, que é melhor que o Edinho.

Faltam 13 rodadas pra gritar “É campeão”! Acredita, Fluzão!

Sobre o autor: Aloisio Soares Senra é professor de Inglês do Município do Rio de Janeiro desde 2011, e torcedor do Fluminense desde sempre. Casado, é carioca da gema, escritor, jogador de RPG, entre outras atividades intelectuais.